Abin: filho de ex-ministro de Bolsonaro é um dos alvos de operação sobre suspeita de espionagem
Abin: filho de ex-ministro de Bolsonaro é um dos alvos de operação sobre suspeita de espionagem
Caio Cesar dos Santos Cruz teria intermediado compra do software FirstMile pelo governo brasileiro. Programa teria sido usada para espionar inimigos do governo Bolsonaro. O filho do general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro, é um dos alvos na operação Última Milha, da Polícia Federal, que investiga o uso de um software espião para monitoramento ilegal de aparelhos celulares pela Abin. A ação foi deflagrada nesta sexta-feira (20).
Ao todo, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás, e no Distrito Federal.
De acordo com a apuração da Polícia Federal, Caio Cesar dos Santos Cruz teria participado da intermediação da venda do programa FirstMile, da empresa israelense Cognyte, com o governo brasileiro, no final do governo do ex-presidente Michel Temer.
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A Abin confirmou o uso do software. Segundo a Agência, o contrato teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
O software permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa.
De acordo com a Data Privacy, além de identificar a localização aproximada dos dispositivos, o sistema era capaz de gerar alertas sobre a rotina de movimentação dos alvos de interesse.
Operação Última Milha
PF prende dois servidores e apura se Abin rastreou celulares de forma ilegal na gestão Bolsonaro
A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A apuração começou em março como parte do inquérito das fake news. Os detalhes são mantidos em sigilo.
A TV Globo e a GloboNews apuraram que:
além das buscas, Moraes determinou o afastamento do cargo de diretores atuais da Abin – que foram mantidos nos postos mesmo após a troca de governo;
com um desses diretores, Paulo Maurício, a PF apreendeu grande quantidade de dólares;
foram presos dois servidores que, por terem conhecimento do suposto esquema, coagiram colegas para evitar uma possível demissão: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky;
Bolsonaro e Ramagem não são alvos dos mandados;
a fabricante do software tem um escritório em Florianópolis (SC), que também foi alvo de buscas.
Segundo os investigadores, há indícios de que o uso do sistema se intensificou nos últimos anos do governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF.
Em nota após a operação, a Abin informou que instaurou um procedimento para apurar a questão, que todas as solicitações da PF e do STF foram atendidas integralmente, e que colaborou com as investigações desde o início.
Ainda segundo a agência, o software deixou de ser usado em maio de 2021. Veja íntegra abaixo:
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.
A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.
Todas as requisições da Policia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmete atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.
A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados.
A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.
Caio Cesar dos Santos Cruz teria intermediado compra do software FirstMile pelo governo brasileiro. Programa teria sido usada para espionar inimigos do governo Bolsonaro. O filho do general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro, é um dos alvos na operação Última Milha, da Polícia Federal, que investiga o uso de um software espião para monitoramento ilegal de aparelhos celulares pela Abin. A ação foi deflagrada nesta sexta-feira (20).
Ao todo, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás, e no Distrito Federal.
De acordo com a apuração da Polícia Federal, Caio Cesar dos Santos Cruz teria participado da intermediação da venda do programa FirstMile, da empresa israelense Cognyte, com o governo brasileiro, no final do governo do ex-presidente Michel Temer.
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A Abin confirmou o uso do software. Segundo a Agência, o contrato teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
O software permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa.
De acordo com a Data Privacy, além de identificar a localização aproximada dos dispositivos, o sistema era capaz de gerar alertas sobre a rotina de movimentação dos alvos de interesse.
Operação Última Milha
PF prende dois servidores e apura se Abin rastreou celulares de forma ilegal na gestão Bolsonaro
A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A apuração começou em março como parte do inquérito das fake news. Os detalhes são mantidos em sigilo.
A TV Globo e a GloboNews apuraram que:
além das buscas, Moraes determinou o afastamento do cargo de diretores atuais da Abin – que foram mantidos nos postos mesmo após a troca de governo;
com um desses diretores, Paulo Maurício, a PF apreendeu grande quantidade de dólares;
foram presos dois servidores que, por terem conhecimento do suposto esquema, coagiram colegas para evitar uma possível demissão: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky;
Bolsonaro e Ramagem não são alvos dos mandados;
a fabricante do software tem um escritório em Florianópolis (SC), que também foi alvo de buscas.
Segundo os investigadores, há indícios de que o uso do sistema se intensificou nos últimos anos do governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF.
Em nota após a operação, a Abin informou que instaurou um procedimento para apurar a questão, que todas as solicitações da PF e do STF foram atendidas integralmente, e que colaborou com as investigações desde o início.
Ainda segundo a agência, o software deixou de ser usado em maio de 2021. Veja íntegra abaixo:
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.
A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.
Todas as requisições da Policia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmete atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.
A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados.
A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.