Após Senado aprovar Gonet, membros da PGR discutem montagem de equipe; veja cotados

Próximo procurador-geral já consultou colegas para cargos como vice-PGR e secretário-geral. Área eleitoral e casos do 8 de janeiro seguem com titulares indefinidos, dizem interlocutores. Paulo Gonet durante sabatina no Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado Após o Senado aprovar o subprocurador-geral Paulo Gonet para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR), as movimentações no órgão giram em torno da montagem da nova equipe e da organização da solenidade de posse — sem data confirmada até a manhã desta quinta-feira (14). Gonet foi indicado para a PGR pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado pelos senadores quase dois meses após o fim do mandato de Augusto Aras. Até a posse, a PGR será comandada de forma interina pela subprocuradora Elizeta Ramos. Paulo Gonet teve apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes – de quem já foi sócio em uma instituição de ensino – e Alexandre de Moraes, com quem atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O subprocurador-geral teve votação tranquila no Senado, inclusive entre a oposição: 65 votos a favor e somente 11 contra. Dois nomes prováveis para integrar a gestão de Gonet na PGR são os dos subprocuradores-gerais Hindemburgo Chateaubriand e Eliana Torelly. Segundo integrantes do órgão, eles já foram sondados por Gonet e manifestaram disposição de compor a nova administração. Chateaubriand, que tem relação de amizade com Gonet e é cotado para vice-procurador-geral, foi corregedor do Ministério Público Federal (MPF) de 2013 a 2015, escolhido pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, e posteriormente assumiu a Secretaria de Cooperação Internacional na gestão de Augusto Aras. Ele é descrito por colegas como alguém que transita pelas diferentes alas da instituição e é capaz de fazer uma ponte entre a nova gestão e os procuradores ligados à antiga operação Lava Jato. Gonet, assim como seu antecessor Aras, é crítico dos métodos "lavajatistas" — um dos requisitos para ter sido escolhido por Lula. Eliana Torelly é cotada para permanecer à frente da Secretaria-Geral, função que desempenha desde a gestão de Aras. A Secretaria-Geral é o principal setor administrativo do MPF. Eliana foi coordenadora da câmara responsável pelos direitos dos povos indígenas, é descrita como uma pessoa moderada e mantém bom diálogo com os diferentes grupos da instituição. Senado aprova Paulo Gonet para PGR Indefinições Até esta quarta, quando a indicação de Lula foi confirmada pelo Senado, Paulo Gonet evitou tratar publicamente da montagem de sua futura equipe. As conversas foram marcadas pela discrição. Integrantes da PGR afirmaram, nesta quinta, que outros cargos importantes, como o de vice-procurador-geral Eleitoral (que atua no TSE) e o de procurador federal dos direitos do cidadão (que trabalha com direitos das minorias), ainda não foram definidos. Na avaliação de um ex-integrante da cúpula da PGR, Gonet terá de buscar nomes até entre adversários internos para compor sua equipe. Nas palavras desse subprocurador, Gonet "é da turma dos desenturmados" — ou seja, não faz parte de "panelinhas" dentro do MPF. Uma das principais indefinições até o momento é sobre a condução dos processos relativos aos atos golpistas de 8 de janeiro. O atual responsável pelos casos, subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, não foi consultado sobre a possibilidade de permanecer na função, de acordo com interlocutores. Santos também era candidato a PGR e, no mês passado, classificou como "fraca" a delação do tenente-coronel Mauro Cid, fechada pela Polícia Federal. Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro na Presidência, implicou o ex-presidente em uma série de suspeitas de crimes. Na PGR, existe a expectativa de que o próprio Gonet possa assumir a condução dos processos criminais do 8 de janeiro e também a análise da delação de Cid. Seria uma diferença em relação a Aras, que repassava os casos criminais para seus auxiliares, como a então vice-procuradora-geral Lindora Araújo. Quem é Paulo Gonet, indicado para comandar a Procuradoria-Geral da República Data da posse Até a manhã desta quinta, integrantes da PGR relataram que a data da cerimônia de posse ainda não havia sido confirmada por Gonet. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que tradicionalmente oferece um jantar após a solenidade, chegou a reservar um salão de festas para a próxima segunda-feira (18). Após a aprovação de Gonet pelo Senado, o processo para que ele assuma o cargo tem sido conduzido com celeridade porque o recesso do Judiciário começa na próxima quarta-feira (20). A partir do dia da posse, Gonet poderá ocupar o cargo por um prazo de dois anos. Ao fim, pode ser indicado novamente ao posto por igual período – neste caso, passa por nova sabatina e nova votação no Senado.

Após Senado aprovar Gonet, membros da PGR discutem montagem de equipe; veja cotados

Próximo procurador-geral já consultou colegas para cargos como vice-PGR e secretário-geral. Área eleitoral e casos do 8 de janeiro seguem com titulares indefinidos, dizem interlocutores. Paulo Gonet durante sabatina no Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado Após o Senado aprovar o subprocurador-geral Paulo Gonet para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR), as movimentações no órgão giram em torno da montagem da nova equipe e da organização da solenidade de posse — sem data confirmada até a manhã desta quinta-feira (14). Gonet foi indicado para a PGR pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado pelos senadores quase dois meses após o fim do mandato de Augusto Aras. Até a posse, a PGR será comandada de forma interina pela subprocuradora Elizeta Ramos. Paulo Gonet teve apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes – de quem já foi sócio em uma instituição de ensino – e Alexandre de Moraes, com quem atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O subprocurador-geral teve votação tranquila no Senado, inclusive entre a oposição: 65 votos a favor e somente 11 contra. Dois nomes prováveis para integrar a gestão de Gonet na PGR são os dos subprocuradores-gerais Hindemburgo Chateaubriand e Eliana Torelly. Segundo integrantes do órgão, eles já foram sondados por Gonet e manifestaram disposição de compor a nova administração. Chateaubriand, que tem relação de amizade com Gonet e é cotado para vice-procurador-geral, foi corregedor do Ministério Público Federal (MPF) de 2013 a 2015, escolhido pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, e posteriormente assumiu a Secretaria de Cooperação Internacional na gestão de Augusto Aras. Ele é descrito por colegas como alguém que transita pelas diferentes alas da instituição e é capaz de fazer uma ponte entre a nova gestão e os procuradores ligados à antiga operação Lava Jato. Gonet, assim como seu antecessor Aras, é crítico dos métodos "lavajatistas" — um dos requisitos para ter sido escolhido por Lula. Eliana Torelly é cotada para permanecer à frente da Secretaria-Geral, função que desempenha desde a gestão de Aras. A Secretaria-Geral é o principal setor administrativo do MPF. Eliana foi coordenadora da câmara responsável pelos direitos dos povos indígenas, é descrita como uma pessoa moderada e mantém bom diálogo com os diferentes grupos da instituição. Senado aprova Paulo Gonet para PGR Indefinições Até esta quarta, quando a indicação de Lula foi confirmada pelo Senado, Paulo Gonet evitou tratar publicamente da montagem de sua futura equipe. As conversas foram marcadas pela discrição. Integrantes da PGR afirmaram, nesta quinta, que outros cargos importantes, como o de vice-procurador-geral Eleitoral (que atua no TSE) e o de procurador federal dos direitos do cidadão (que trabalha com direitos das minorias), ainda não foram definidos. Na avaliação de um ex-integrante da cúpula da PGR, Gonet terá de buscar nomes até entre adversários internos para compor sua equipe. Nas palavras desse subprocurador, Gonet "é da turma dos desenturmados" — ou seja, não faz parte de "panelinhas" dentro do MPF. Uma das principais indefinições até o momento é sobre a condução dos processos relativos aos atos golpistas de 8 de janeiro. O atual responsável pelos casos, subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, não foi consultado sobre a possibilidade de permanecer na função, de acordo com interlocutores. Santos também era candidato a PGR e, no mês passado, classificou como "fraca" a delação do tenente-coronel Mauro Cid, fechada pela Polícia Federal. Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro na Presidência, implicou o ex-presidente em uma série de suspeitas de crimes. Na PGR, existe a expectativa de que o próprio Gonet possa assumir a condução dos processos criminais do 8 de janeiro e também a análise da delação de Cid. Seria uma diferença em relação a Aras, que repassava os casos criminais para seus auxiliares, como a então vice-procuradora-geral Lindora Araújo. Quem é Paulo Gonet, indicado para comandar a Procuradoria-Geral da República Data da posse Até a manhã desta quinta, integrantes da PGR relataram que a data da cerimônia de posse ainda não havia sido confirmada por Gonet. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que tradicionalmente oferece um jantar após a solenidade, chegou a reservar um salão de festas para a próxima segunda-feira (18). Após a aprovação de Gonet pelo Senado, o processo para que ele assuma o cargo tem sido conduzido com celeridade porque o recesso do Judiciário começa na próxima quarta-feira (20). A partir do dia da posse, Gonet poderá ocupar o cargo por um prazo de dois anos. Ao fim, pode ser indicado novamente ao posto por igual período – neste caso, passa por nova sabatina e nova votação no Senado.