'Casa alvejada': fiscal e morador relatam intimidações por empresários de Florianópolis em esquema de propina

Segundo servidor ambiental, violência passava das ameaças. Ele contou que colega teve a casa alvejada por tiros após fiscalização. Fiscais e moradores relatam ameaças de construtores na Capital Um servidor ambiental de Florianópolis relatou medo durante o trabalho de fiscalização de obras irregulares na capital. As ameaças eram feitas por empresários envolvidos no esquema milionário de propina para liberação das construções. Um morador, que denunciou ilegalidades nas estruturas, também falou sobre a insegurança. Ambos expuseram episódios de intimidação com o uso de arma de fogo. As denúncias ocorrem dias após a Polícia Civil prender um ex-servidor que trabalhava na Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). Felipe Pereira, preso na sexta-feira (15), aparece em um vídeo exigindo propina a um empresário para a liberação do serviço. As imagens foram feitas em julho de 2022. Conforme o funcionário, em ao menos três casos os fiscais tiveram os carros vandalizados, com os quatro pneus furados. O homem relatou ainda que a violência chegou na casa de um fiscal, que teria sido atingida por disparos de arma de fogo. "Temos o caso de um fiscal que teve a sua residência alvejada por tiros. Aconteceu duas vezes. Uma vez foram cinco disparos e outra vez foram dois", disse o homem. Um morador, também ouvido pela NSC TV, afirmou que foi ameaçado e intimidado por ter denunciado as obras irregulares, sendo algumas delas feitas em área de preservação ambiental. De acordo com o relato do homem, mesmo após os casos serem comunicados às autoridades as construções continuavam. "Vamos várias vezes em órgãos competentes, isso há muito tempo, e não está acontecendo nada. Então, a gente está com medo, eu to com medo, porque são agressivos, ameaçam, não têm medo de ameaçar, e a gente tá aqui desprotegido", afirmou. Quem são os investigados no esquema de propina para a liberação de obras Vídeo mostra servidor preso por cobranças de propina receber R$ 50 mil Fiscais exigiam propina sob pena de demolição de obras Após a prisão de Pereira, a Associação de Servidores de Urbanismo e Meio Ambiente de Florianópolis (Asuma) afirmou que não há envolvimento de servidores de carreira no esquema. "Os fiscais de carreira em momento algum se omitiram, tendo os autos de infração sido corretamente aplicados. A propina, conforme a reportagem cita, seria para que a obra irregular não fosse demolida, prejudicando a fiscalização. Esperamos que este escândalo force uma mudança real em toda estrutura urbanística e ambiental da cidade", diz o texto. Servidor de Florianópolis preso foi flagrado recebendo propina para liberar obra Preso na sexta, Pereira atuava como cargo comissionado, quando foi alvo de uma primeira fase da investigação da Polícia Civil em 2022. Além dele, Carlos Augusto de Jesus, outro servidor que foi gerente de fiscalização ambiental da Floram e alvo da polícia no ano passado, foram demitidos. Nei João da Silva, apontado como chefe do esquema, segundo a Polícia Civil, foi exonerado na segunda-feira (18). Rodrigo Djarma Assunção, agora ex-secretário-adjunto da SMDU, e Fernando Berthier da Silva, que era assessor jurídico da pasta, também foram citados no esquema e deixaram os cargos. A prefeitura de Florianópolis ainda tem atualmente aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as condutas de Pereira e Nei João da Silva, apontado como chefe do esquema, segundo a Polícia Civil. Sobre o suposto comando do esquema de dentro de uma sala da prefeitura, o prefeito Topázio Neto (PSD) afirmou que “nunca tinha ouvido falar disso”. Destacou, ainda, que fará uma reavaliação nos processos de obras desde o início de 2022 para verificar se há irregularidades. Equipe do NSC Total revela como funcionava o esquema de propina na prefeitura da Capital ???? Quer mais notícias? Participe da comunidade do g1 SC no Whatsapp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

'Casa alvejada': fiscal e morador relatam intimidações por empresários de Florianópolis em esquema de propina
Segundo servidor ambiental, violência passava das ameaças. Ele contou que colega teve a casa alvejada por tiros após fiscalização. Fiscais e moradores relatam ameaças de construtores na Capital Um servidor ambiental de Florianópolis relatou medo durante o trabalho de fiscalização de obras irregulares na capital. As ameaças eram feitas por empresários envolvidos no esquema milionário de propina para liberação das construções. Um morador, que denunciou ilegalidades nas estruturas, também falou sobre a insegurança. Ambos expuseram episódios de intimidação com o uso de arma de fogo. As denúncias ocorrem dias após a Polícia Civil prender um ex-servidor que trabalhava na Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). Felipe Pereira, preso na sexta-feira (15), aparece em um vídeo exigindo propina a um empresário para a liberação do serviço. As imagens foram feitas em julho de 2022. Conforme o funcionário, em ao menos três casos os fiscais tiveram os carros vandalizados, com os quatro pneus furados. O homem relatou ainda que a violência chegou na casa de um fiscal, que teria sido atingida por disparos de arma de fogo. "Temos o caso de um fiscal que teve a sua residência alvejada por tiros. Aconteceu duas vezes. Uma vez foram cinco disparos e outra vez foram dois", disse o homem. Um morador, também ouvido pela NSC TV, afirmou que foi ameaçado e intimidado por ter denunciado as obras irregulares, sendo algumas delas feitas em área de preservação ambiental. De acordo com o relato do homem, mesmo após os casos serem comunicados às autoridades as construções continuavam. "Vamos várias vezes em órgãos competentes, isso há muito tempo, e não está acontecendo nada. Então, a gente está com medo, eu to com medo, porque são agressivos, ameaçam, não têm medo de ameaçar, e a gente tá aqui desprotegido", afirmou. Quem são os investigados no esquema de propina para a liberação de obras Vídeo mostra servidor preso por cobranças de propina receber R$ 50 mil Fiscais exigiam propina sob pena de demolição de obras Após a prisão de Pereira, a Associação de Servidores de Urbanismo e Meio Ambiente de Florianópolis (Asuma) afirmou que não há envolvimento de servidores de carreira no esquema. "Os fiscais de carreira em momento algum se omitiram, tendo os autos de infração sido corretamente aplicados. A propina, conforme a reportagem cita, seria para que a obra irregular não fosse demolida, prejudicando a fiscalização. Esperamos que este escândalo force uma mudança real em toda estrutura urbanística e ambiental da cidade", diz o texto. Servidor de Florianópolis preso foi flagrado recebendo propina para liberar obra Preso na sexta, Pereira atuava como cargo comissionado, quando foi alvo de uma primeira fase da investigação da Polícia Civil em 2022. Além dele, Carlos Augusto de Jesus, outro servidor que foi gerente de fiscalização ambiental da Floram e alvo da polícia no ano passado, foram demitidos. Nei João da Silva, apontado como chefe do esquema, segundo a Polícia Civil, foi exonerado na segunda-feira (18). Rodrigo Djarma Assunção, agora ex-secretário-adjunto da SMDU, e Fernando Berthier da Silva, que era assessor jurídico da pasta, também foram citados no esquema e deixaram os cargos. A prefeitura de Florianópolis ainda tem atualmente aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as condutas de Pereira e Nei João da Silva, apontado como chefe do esquema, segundo a Polícia Civil. Sobre o suposto comando do esquema de dentro de uma sala da prefeitura, o prefeito Topázio Neto (PSD) afirmou que “nunca tinha ouvido falar disso”. Destacou, ainda, que fará uma reavaliação nos processos de obras desde o início de 2022 para verificar se há irregularidades. Equipe do NSC Total revela como funcionava o esquema de propina na prefeitura da Capital ???? Quer mais notícias? Participe da comunidade do g1 SC no Whatsapp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias