'Castanha' de caju deveria receber outro nome; entenda
Apesar de ser um termo de uso popular, presidente do Instituto Caju Brasil explica que a parte comestível da castanha tem outro nome. Podcast ‘De onde vem o que como’ destaca expressões usadas na cultura e detalha por que caju não é fruta.
A castanha de caju tem usos que vão além da alimentação. O LCC (Líquido da Castanha de Caju), produzido com a casca da castanha, é usado como combustível em fornalhas de indústrias e também na produção de tintas e vernizes.
Apesar de ser um termo de uso popular, tecnicamente, o que comemos é a amêndoa da castanha do caju.
"A castanha é o que cai da árvore, ela é dura. Dentro da castanha tem uma amêndoa. Já estamos acostumando as pessoas a falarem 'amêndoa da castanha de caju,' mas isso é cultural, o importante é que comprem a castanha", explica o presidente do Instituto Caju Brasil, Rodrigo Diógenes.
A castanha guarda outra curiosidade: é o chamado "fruto verdadeiro" do caju. "A castanha é a parte que vai germinar e formar uma nova árvore. Já a parte comestível (a polpa do caju) é o pedúnculo ou falso fruto", conta Rodrigo.
A cultura do caju é tradicional na região Nordeste do país. "Chuva do caju" e "dormir no cajueiro" são expressões relacionadas à atividade. Saiba mais abaixo e também ouvindo o podcast:
Chuva do caju?
Chuvas de verão, chuva de prata, águas de março... até aí, tudo bem. Mas e a chuva do caju?
A expressão é conhecida nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
A chuva do caju é a primeira chuva depois de um período de estiagem – em geral, ela ocorre no mês de agosto e setembro. A chuva ajuda na florada e na formação dos frutos do caju.
A agricultora Sonayra Monteiro, de Beberibe (CE) conta que a chuva é como uma “injeção de ânimo” para os produtores de caju.
“A chuva vem, lava a poeira e revigora a produção. Então essa chuva é maravilhosa”.
De onde vem o cajueiro?
O cajueiro é nativo do Brasil, mas foi levado para outros países pelos europeus durante a colonização. Hoje, os maiores produtores são Costa do Marfim, Índia e Vietnã.
Maior cajueiro do mundo em Parnamirim, Rio Grande do Norte. — Foto: Augusto César Gomes
Rodrigo Diógenes, presidente do Instituto Caju Brasil, explica que o Brasil se destaca em tecnologia, e não em volume de produção.
“Nós fabricamos vários produtos com o caju: suco natural, cajuína, melaço de caju. Utilizamos a fibra para fazer hambúrgueres, coxinhas; da amêndoa extraímos leite”.
Segundo o IBGE, nesta safra o Brasil deve produzir 120 mil toneladas de caju, 9% mais que em 2021. O Ceará é o maior produtor de caju do país.
Fonte:https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2022/08/27/castanha-de-caju-deveria-receber-outro-nome-entenda.ghtml