Censo 2022 já entrevistou quase 60 milhões de pessoas em mais de 20 milhões de domicílios, diz IBGE

Censo 2022 já entrevistou quase 60 milhões de pessoas em mais de 20 milhões de domicílios, diz IBGE

O Censo Demográfico 2022 entrevistou desde o dia 1º até esta terça-feira (30) 59.616.994 pessoas em mais de 20 milhões de domicílios no país. O balanço é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por unidades da Federação, 36,51% dos entrevistados estavam na região Nordeste, 35,51% no Sudeste, 11,87% no Sul, 9,44% no Norte e 6,67% no Centro-Oeste. Nesse caso, o balanço leva em conta o total de 58.291.842 pessoas recenseadas em 20.290.359 domicílios do país até a segunda-feira (29).

De acordo com o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte, a produtividade dos recenseadores está dentro do esperado. "Os setores estão sendo trabalhados no tempo adequado e os sistemas de coleta, acompanhamento e transmissão estão funcionando bem, assim como os equipamentos”.

Por unidades da Federação, São Paulo está no topo do ranking com maior número de moradores recenseados, seguido de Minas Gerais e Bahia. Veja abaixo:

População recenseada por unidades da Federação — Foto: Divulgação/IBGE

População recenseada por unidades da Federação — Foto: Divulgação/IBGE

 

Falta de recenseadores dificulta coleta

 

Dificuldades do Censo 2022; recenseadores sofrem ofensas e até tentativas de agressão

 

Dificuldades do Censo 2022; recenseadores sofrem ofensas e até tentativas de agressão

No entanto, o instituto reconhece que está enfrentando dificuldades relativas à falta de pessoal para atuar como recenseador em determinados locais. Em todo o país, o IBGE informou que conta com 144.634 recenseadores em ação, 78,8% do total de vagas disponíveis.

O estado com maior déficit de recenseadores é o Mato Grosso, com 51,2% do número de vagas. Já Alagoas está com 99,6% dos postos ocupados.

 

“Onde o desemprego é menor, é mais difícil despertar o interesse das pessoas para trabalharem temporariamente como recenseador. Além disso, em alguns locais, por questões específicas, a coleta foi iniciada um pouco depois”, esclarece Duarte.

 

O IBGE informa que tem lançado editais de processos seletivos complementares para preencher essas vagas. O último processo seletivo encerrou as inscrições nesta segunda-feira (29) e ofereceu 6.514 vagas de recenseador e 251 vagas de agente censitário municipal e supervisor.

Reportagem do g1 publicada nesta segunda-feira mostrou que vários estados do país estão registrando contratempos na coleta, o que também está levando recenseadores a desistir do trabalho. Entre os relatos estão dificuldades para serem atendidos pelos moradores, recusas de entrevistas, tentativas de estupro, agressões verbais e físicas, roubos de equipamentos e bens pessoais e atrasos nos pagamentos da remuneração.

Duarte informou que cerca de 2,3% dos domicílios se recusaram a responder, percentual que se espera ser reduzido até o final da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência.

 

IBGE promete resolver

 

O diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, reconheceu os problemas, mas garante que eles estão sendo resolvidos, de acordo com o Valor Online. Ele mencionou recusas da população em responder a pesquisa e casos de assaltos dos dispositivos usados para os questionários, mas não citou o atraso no pagamento dos recenseadores nem a desistência das equipes de trabalhos.

“Estamos com 30 dias de coleta em campo. O primeiro step [etapa] da recusa é bem alto, depois diminui, mas acaba tornando o trabalho do recenseador mais difícil e não tão célere. Alguns problemas estão acontecendo. É uma coisa que já sabíamos. Temos bem claro o que é o Censo no país e a dificuldade de colocar esse exército de recenseadores na rua”, afirmou na entrevista coletiva desta terça.

“Temos inclusive casos de assalto, levando dispositivos. E temos recusa, claro, mas estamos chegando lá. Seguimos com algumas dificuldades. Estamos tendo problemas, vamos tentar resolvê-los e estamos resolvendo", acrescentou.

Duarte também admitiu “relatos de recusas diferenciados de Censos anteriores”. “A gente tem que se adaptar, pensar soluções e definir algumas metas para que a gente possa entregar o melhor Censo. Relatos de recusas têm sido diferenciados de Censos anteriores. Mas o instituto está fazendo o trabalho para tratar esse grande herói do Censo que é o recenseador”, disse.

 

Indígenas e quilombolas estão incluídos

 

Segundo o IBGE, 450.140 indígenas (0,77%) e 386.750 quilombolas (0,66%) foram contados até o momento. “Quanto aos quilombolas, mesmo sendo parcial, esse já é um número inédito, pois é a primeira vez que estamos fazendo essa investigação”, comenta Duarte.

Em relação ao tipo de questionário, 88,2% dos domicílios (17.697.415) responderam ao questionário básico e 11,8% (2.365.208) ao ampliado. O tempo mediano de preenchimento tem sido de 6 minutos para o questionário básico e de 18 minutos para o questionário ampliado.

A maior parte dos questionários (99,7%) foi respondida de forma presencial, sendo que 34.055 domicílios optaram por responder pela internet e 30.202 pelo telefone.

Considerando os 452.246 setores censitários urbanos e rurais do país, 38,4% estão sendo trabalhados. O estado mais adiantado em termos de percentual de setores trabalhados é o Rio Grande do Norte (53%), seguido por Pernambuco (52,45%) e Distrito Federal (52,04%). Já os estados de Mato Grosso (21,81%), Roraima (25,75%) e São Paulo (29,63%) são os com menor percentual de setores trabalhados.

Até o momento, 47,8% da população recenseada eram homens e 52,2% eram mulheres. “Já conseguimos observar na pirâmide parcial o envelhecimento da população, com o topo da pirâmide mais avolumado, e picos nas idades de 40 e 20 anos, conforme o esperado”, diz o gerente técnico do Censo.

Pirâmide etária por sexo mostrada pelo Censo — Foto: Divulgação/IBGE

Pirâmide etária por sexo mostrada pelo Censo — Foto: Divulgação/IBGE

 

Entenda o Censo 2022

 

A coleta do Censo Demográfico 2022 começou no dia 1º de agosto nos 5.570 municípios do país.

Os recenseadores do IBGE visitarão 89 milhões de endereços, sendo 75 milhões de domicílios. A estimativa é de que sejam contadas cerca de 215 milhões de pessoas.

Ao todo, são 452.246 setores censitários urbanos e rurais, 5.972 localidades quilombolas, 632 terras indígenas, 11.400 aglomerados subnormais e 5.494 grupamentos indígenas. O custo da operação é de R$ 2,3 bilhões.

Serão aplicados dois tipos de questionário: o básico, com 26 quesitos, leva em torno de 5 minutos para ser respondido. Já o questionário ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, leva cerca de 16 minutos.

O questionário pode ser respondido presencialmente, por telefone e pela internet. Agentes da Central de Atendimento ao Censo (0800 721 8181) responderão a dúvidas, prestarão auxílio conceitual e operacional no preenchimento do questionário via internet e, mediante autorização, poderão preencher o questionário em entrevista.

 

Identificação dos recenseadores

 

Os recenseadores estarão uniformizados com o colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação e o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC).

Além disso, é possível confirmar a identidade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identificação no site. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.

 

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/08/30/censo-2022-ja-entrevistou-58-milhoes-de-pessoas.ghtml