Dólar fecha em alta, de olho em dados do Brasil e EUA; Ibovespa também sobe
A moeda norte-americana avançou 0,55%, cotada a R$ 5,4420. Já o principal índice de ações da bolsa subiu 0,85%, aos 128.294 pontos. Dólar Pixabay O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (11). Investidores repercutiram indicadores econômicos do Brasil e dos Estados Unidos e a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados. Além disso, seguiram no radar do mercado eventuais sinais sobre os juros brasileiros, após números recentes da inflação no país. No exterior, os investidores ficaram de olho em possíveis pistas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a condução da política monetária dos Estados Unidos, em meio a falas do presidente da instituição nos últimos dois dias. Entre os principais dados divulgados nesta quinta, o destaque doméstico foi para a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Brasil, que registrou alta de 1,2% em maio — um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado. Lá fora, olhos voltados ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano, que apresentou arrefecimento de serviços importantes e renovou os ânimos de queda inflacionária. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, também fechou em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas Dólar O dólar subiu 0,55%, cotado em R$ 5,4420. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 0,36% na semana; recuo de 2,62% no mês; alta de 12,15% no ano. Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,4120. Ibovespa O Ibovespa fechou em alta de 0,85%, aos 128.294 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 1,60% na semana; ganhos de 3,54% no mês; perdas de 4,39% no ano. Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,09%, aos 127.218 pontos. LEIA TAMBÉM 30 anos do Real: como era a vida antes do plano econômico que deu origem à moeda brasileira DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? As atenções dos investidores se voltaram para a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados na noite de ontem. A votação teve 336 votos a favor e 142 contrários. O texto ainda vai para o Senado. É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo. Depois de votar o texto-base, os deputados analisaram os chamados destaques — sugestões de alteração no texto. O principal destaque em discussão nesta etapa era a tributação zero da carne bovina e do frango, que foi aprovada. Antes, as proteínas animais estavam sujeitas a uma redução de 60%. O tema era uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, o mercado segue atento a possíveis desdobramentos nos debates sobre a reforma tributária brasileira. Na agenda, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter registrado uma alta de 0,21% em junho, em desaceleração em comparação ao mês anterior, segundo informações divulgadas na véspera, a mira dos investidores ficou hoje com os novos dados de vendas no comércio varejista. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), com alta de 1,2% em maio, mostrou um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado, destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. "A projeção era de retração para o setor, mas vimos um crescimento robusto. Esse dado pode contribuir para uma apreciação do real frente ao dólar. Isso por conta da forma como a política monetária pode ser conduzida para contornar o nível de aquecimento mais elevado", diz. O anúncio recente de um novo aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras feito pela Petrobras, que entrou em vigor na terça-feira, também seguiu no radar. Já no exterior, o grande destaque do dia foi o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano. Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços caíram 0,1% em um mês, contrariando as previsões de analistas, que contavam com um ligeiro aumento de 0,1%, e de 3,1% em um ano. Excluindo os preços da energia e dos alimentos, comumente mais voláteis, a chamada inflação subjacente aumentou ligeiramente em um mês, em 0,1%, mas este é o menor índice desde agosto de 2021. O mercado esperava um aumento de 0,2%, segundo o MarketWatch. A queda afetou principalmente os preços da energia, que caíram 2% em um mês. Neste setor, os preços da gasolina tiveram um declínio de 3,8%, após terem diminuído 3,6% em maio. "Mais do que o dado em si, a composição desse indicador foi muito positiva, com o arrefecimento dos serviços que são mais difíceis d
A moeda norte-americana avançou 0,55%, cotada a R$ 5,4420. Já o principal índice de ações da bolsa subiu 0,85%, aos 128.294 pontos. Dólar Pixabay O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (11). Investidores repercutiram indicadores econômicos do Brasil e dos Estados Unidos e a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados. Além disso, seguiram no radar do mercado eventuais sinais sobre os juros brasileiros, após números recentes da inflação no país. No exterior, os investidores ficaram de olho em possíveis pistas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a condução da política monetária dos Estados Unidos, em meio a falas do presidente da instituição nos últimos dois dias. Entre os principais dados divulgados nesta quinta, o destaque doméstico foi para a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Brasil, que registrou alta de 1,2% em maio — um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado. Lá fora, olhos voltados ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano, que apresentou arrefecimento de serviços importantes e renovou os ânimos de queda inflacionária. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, também fechou em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. ENTENDA: A cronologia da disparada do dólar motivada pelos juros nos EUA, o cenário fiscal brasileiro e as declarações de Lula CONSEQUÊNCIAS: Alta do dólar deve pressionar inflação e impactar consumo das famílias no 2º semestre, dizem especialistas Dólar O dólar subiu 0,55%, cotado em R$ 5,4420. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 0,36% na semana; recuo de 2,62% no mês; alta de 12,15% no ano. Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,4120. Ibovespa O Ibovespa fechou em alta de 0,85%, aos 128.294 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 1,60% na semana; ganhos de 3,54% no mês; perdas de 4,39% no ano. Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,09%, aos 127.218 pontos. LEIA TAMBÉM 30 anos do Real: como era a vida antes do plano econômico que deu origem à moeda brasileira DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? As atenções dos investidores se voltaram para a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados na noite de ontem. A votação teve 336 votos a favor e 142 contrários. O texto ainda vai para o Senado. É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo. Depois de votar o texto-base, os deputados analisaram os chamados destaques — sugestões de alteração no texto. O principal destaque em discussão nesta etapa era a tributação zero da carne bovina e do frango, que foi aprovada. Antes, as proteínas animais estavam sujeitas a uma redução de 60%. O tema era uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, o mercado segue atento a possíveis desdobramentos nos debates sobre a reforma tributária brasileira. Na agenda, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter registrado uma alta de 0,21% em junho, em desaceleração em comparação ao mês anterior, segundo informações divulgadas na véspera, a mira dos investidores ficou hoje com os novos dados de vendas no comércio varejista. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), com alta de 1,2% em maio, mostrou um aquecimento maior do que o esperado pelo mercado, destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. "A projeção era de retração para o setor, mas vimos um crescimento robusto. Esse dado pode contribuir para uma apreciação do real frente ao dólar. Isso por conta da forma como a política monetária pode ser conduzida para contornar o nível de aquecimento mais elevado", diz. O anúncio recente de um novo aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras feito pela Petrobras, que entrou em vigor na terça-feira, também seguiu no radar. Já no exterior, o grande destaque do dia foi o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano. Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços caíram 0,1% em um mês, contrariando as previsões de analistas, que contavam com um ligeiro aumento de 0,1%, e de 3,1% em um ano. Excluindo os preços da energia e dos alimentos, comumente mais voláteis, a chamada inflação subjacente aumentou ligeiramente em um mês, em 0,1%, mas este é o menor índice desde agosto de 2021. O mercado esperava um aumento de 0,2%, segundo o MarketWatch. A queda afetou principalmente os preços da energia, que caíram 2% em um mês. Neste setor, os preços da gasolina tiveram um declínio de 3,8%, após terem diminuído 3,6% em maio. "Mais do que o dado em si, a composição desse indicador foi muito positiva, com o arrefecimento dos serviços que são mais difíceis de serem convertidos: de habitação, logística e saúde", destaca Carla Argenta, da CM Capital. "Esses três grupos sustentavam efetivamente a inflação mais alta e deixavam o BC norte-americano com uma pulga atrás da orelha em relação à política monetária." Em junho, a inflação registrou o seu segundo mês de queda, retomando o caminho rumo ao objetivo de 2% definido pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). Nesta semana, o presidente da instituição, Jerome Powell, já havia afirmado que a inflação do país “permanece acima” da meta de 2% do Fed, mas tem melhorado nos últimos meses. Ele acrescentou que novos dados positivos fortaleceriam o argumento para cortes na taxa de juros. "Mais dados bons fortaleceriam nossa confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável em direção a 2%", disse Powell. Ter uma inflação em direção à meta é um dos requisitos para a flexibilização da política monetária. Powell também comparou a falta de progresso nos primeiros meses do ano com a melhora recente nos dados. Na prática, o cenário mais positivo ajudou a construir uma base de confiança de que as pressões sobre os preços continuarão a diminuir. Além disso, ele observou que o Fed agora está preocupado com os riscos para o mercado de trabalho e para a economia caso as taxas permaneçam altas durante muito tempo. “Após a falta de progresso em direção ao nosso objetivo de inflação de 2% no início deste ano, as leituras mensais mais recentes mostraram progressos adicionais modestos”, disse Powell. O presidente do Fed afirmou ainda que o mercado de trabalho parece estar "totalmente de volta ao equilíbrio", observando que "à medida que fazemos mais progressos na inflação e o mercado de trabalho permanece forte", os cortes nas taxas de juros farão sentido em algum momento. Os comentários de Powell podem reforçar as expectativas de mudanças na declaração de política monetária a ser divulgada após a reunião do Fed de 30 a 31 de julho, que pode abrir a porta para um corte nas taxas em setembro. A probabilidade de corte em setembro agora está precificada em cerca de 70% no mercado.