'Firebrand', do diretor brasileiro Karim Aïnouz, estreia com aplausos no Festival de Cannes

Filme britânico estrelado por Alicia Vikander e Jude Law foi exibido no festival francês neste domingo (21). 'Firebrand', do diretor brasileiro Karim Aïnouz, estreia com aplausos em Cannes O diretor brasileiro Karim Aïnouz estreou sob aplausos seu novo filme, "Firebrand", no Festival de Cannes neste domingo (21). Assista ao vídeo acima. Ao lado dos protagonistas da produção britânica, Alicia Vikander ("A garota dinamarquesa") e Jude Law ("Capitã Marvel"), o cineasta agradeceu a celebração após a exibição. O filme concorre ao prêmio principal do festival, a Palma de Ouro. Com "A vida invisível", Aïnouz venceu a mostra paralela Um Certo Olhar em 2019. "Firebrand" conta a história de Catarina Parr (Vikander), última esposa do rei inglês Henrique VIII (Law). Graças à sua astúcia, Parr (1512-1548) sobreviveu a um rei irascível, que mandou cortar as cabeças de suas duas esposas anteriores (Ana Bolena e Catarina Howard), e que não hesitou em romper com a Igreja de Roma para poder se divorciar de Catarina de Aragão. Com o marido na França, chegou a ser regente em um período de guerra, além de escrever e publicar livros religiosos assinando seu próprio nome. Gabrielle Tana, Karim Aïnouz, Alicia Vikander e Jude Law chegam ao Festival de Cannes 2023 para exibição de 'Firebrand' Valery Hache/AFP 'Não sabia nada dos Tudor' Diretor de filmes rodados no Brasil e na Argélia (por suas raízes familiares), e também na Europa, Aïnouz volta a demonstrar com este filme que é um cineasta sem fronteiras ou limites históricos. "A questão é, ao contrário, por que não? Quando os americanos filmaram 'Cleópatra', ninguém fez esta pergunta a eles", responde, quando perguntado sobre seu interesse como brasileiro por um período tão particular da história britânica, além de muito filmado. Depois, admite que "Firebrand" foi uma encomenda que recebeu em 2020, quando seus projetos tinham sido suspensos no Brasil. "Não sabia nada dos Tudor", reconhece, em entrevista à agência de notícias France Presse, em alusão à dinastia de Henrique VIII. "Encontrei essa produtora maravilhosa que me falou de Catarina Parr, e comecei a estudar o personagem", explica. "Era uma oportunidade de fazer algo diferente, mas ao mesmo tempo, há muitas similaridades entre ela e outros personagens [femininos] meus", lembra. Com "A vida invisível", ela já havia contado uma história sobre mulheres, ambientada em uma família brasileira dos anos 1950, dominada pela figura do pai. Este novo filme "é, para mim, como uma canção contra o patriarcado. Não só devemos acabar com ele, temos que matá-lo", diz, com um sorriso nos lábios. Uma mulher 'extremamente inteligente' Catarina Parr "era uma mulher extremamente inteligente, extremamente agressiva", explica, em outra entrevista, Alicia Vikander ("Ex_Machina: Instinto Artificial"), falando de sua atração pelo personagem. Vikander interpreta uma rainha com seus próprios pontos de vista reformistas, em uma época de caos religioso em toda a Europa. Sua atuação se destaca ainda mais à medida que tem diante de si um formidável Henrique VIII, interpretado por Jude Law, quase irreconhecível como um rei obeso, paranoico e sexualmente voraz. "Obviamente, Jude e eu conversamos muito porque as cenas são muito violentas. Mas o interessante, enquanto filmávamos, eram as cenas mais sutis, como por exemplo quando muda de humor", explica. Jude Law já tinha manifestado no passado o interesse em interpretar Henrique VIII, uma das figuras mais controversas e temidas da história britânica e de todas as casas reais europeias. "Para mim, é aí que acontece a magia: quando você tem um personagem diante de si para além do figurino", acrescenta Vikander. A jovem atriz de origem sueca se destacou, em 2014, no papel de um androide em "Ex_Machina: Instinto Artificial". Os dois papéis não são tão diferentes, assegura ela. "No fundo, era a mesma coisa: encontrar a verdade e o aspecto humano neles".

'Firebrand', do diretor brasileiro Karim Aïnouz, estreia com aplausos no Festival de Cannes

Filme britânico estrelado por Alicia Vikander e Jude Law foi exibido no festival francês neste domingo (21). 'Firebrand', do diretor brasileiro Karim Aïnouz, estreia com aplausos em Cannes O diretor brasileiro Karim Aïnouz estreou sob aplausos seu novo filme, "Firebrand", no Festival de Cannes neste domingo (21). Assista ao vídeo acima. Ao lado dos protagonistas da produção britânica, Alicia Vikander ("A garota dinamarquesa") e Jude Law ("Capitã Marvel"), o cineasta agradeceu a celebração após a exibição. O filme concorre ao prêmio principal do festival, a Palma de Ouro. Com "A vida invisível", Aïnouz venceu a mostra paralela Um Certo Olhar em 2019. "Firebrand" conta a história de Catarina Parr (Vikander), última esposa do rei inglês Henrique VIII (Law). Graças à sua astúcia, Parr (1512-1548) sobreviveu a um rei irascível, que mandou cortar as cabeças de suas duas esposas anteriores (Ana Bolena e Catarina Howard), e que não hesitou em romper com a Igreja de Roma para poder se divorciar de Catarina de Aragão. Com o marido na França, chegou a ser regente em um período de guerra, além de escrever e publicar livros religiosos assinando seu próprio nome. Gabrielle Tana, Karim Aïnouz, Alicia Vikander e Jude Law chegam ao Festival de Cannes 2023 para exibição de 'Firebrand' Valery Hache/AFP 'Não sabia nada dos Tudor' Diretor de filmes rodados no Brasil e na Argélia (por suas raízes familiares), e também na Europa, Aïnouz volta a demonstrar com este filme que é um cineasta sem fronteiras ou limites históricos. "A questão é, ao contrário, por que não? Quando os americanos filmaram 'Cleópatra', ninguém fez esta pergunta a eles", responde, quando perguntado sobre seu interesse como brasileiro por um período tão particular da história britânica, além de muito filmado. Depois, admite que "Firebrand" foi uma encomenda que recebeu em 2020, quando seus projetos tinham sido suspensos no Brasil. "Não sabia nada dos Tudor", reconhece, em entrevista à agência de notícias France Presse, em alusão à dinastia de Henrique VIII. "Encontrei essa produtora maravilhosa que me falou de Catarina Parr, e comecei a estudar o personagem", explica. "Era uma oportunidade de fazer algo diferente, mas ao mesmo tempo, há muitas similaridades entre ela e outros personagens [femininos] meus", lembra. Com "A vida invisível", ela já havia contado uma história sobre mulheres, ambientada em uma família brasileira dos anos 1950, dominada pela figura do pai. Este novo filme "é, para mim, como uma canção contra o patriarcado. Não só devemos acabar com ele, temos que matá-lo", diz, com um sorriso nos lábios. Uma mulher 'extremamente inteligente' Catarina Parr "era uma mulher extremamente inteligente, extremamente agressiva", explica, em outra entrevista, Alicia Vikander ("Ex_Machina: Instinto Artificial"), falando de sua atração pelo personagem. Vikander interpreta uma rainha com seus próprios pontos de vista reformistas, em uma época de caos religioso em toda a Europa. Sua atuação se destaca ainda mais à medida que tem diante de si um formidável Henrique VIII, interpretado por Jude Law, quase irreconhecível como um rei obeso, paranoico e sexualmente voraz. "Obviamente, Jude e eu conversamos muito porque as cenas são muito violentas. Mas o interessante, enquanto filmávamos, eram as cenas mais sutis, como por exemplo quando muda de humor", explica. Jude Law já tinha manifestado no passado o interesse em interpretar Henrique VIII, uma das figuras mais controversas e temidas da história britânica e de todas as casas reais europeias. "Para mim, é aí que acontece a magia: quando você tem um personagem diante de si para além do figurino", acrescenta Vikander. A jovem atriz de origem sueca se destacou, em 2014, no papel de um androide em "Ex_Machina: Instinto Artificial". Os dois papéis não são tão diferentes, assegura ela. "No fundo, era a mesma coisa: encontrar a verdade e o aspecto humano neles".