Ibovespa opera em baixa, de olho em dados de inflação e sinais sobre juros nos EUA
No dia anterior, a principal índice da bolsa de valores brasileira recuou 0,94%, aos 117.026 pontos. Ibovespa Burak The Weekender/Pexels O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em baixa nesta sexta-feira (25). O mercado digere a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial e repercute falas recentes do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, sobre o futuro dos juros no país. Às 14h, o índice caía 1,02%, aos 115.835 pontos. Veja mais cotações. No dia anterior, o Ibovespa fechou em baixa de 0,94%, aos 117.026 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular: alta de 1,40% na semana; queda de 4,03 no mês; e ganho de 6,64% no ano. O que está mexendo com os mercados? Na agenda doméstica, o destaque fica com divulgação do IPCA-15, que registrou uma alta de 0,28%, bem acima das projeções do mercado, de até 0,15%. O avanço veio puxado pela alta na conta de luz, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a alta maior que o esperado, os juros futuros (que são contratos negociados com base nas expectativas dos investidores para a taxa Selic) abriram o dia em alta. O mercado acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) deve ser um pouco mais firma no ciclo de corte de juros. Em sua última reunião, no começo de agosto, o Copom cortou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, passando de 13,75% para 13,25% ao ano. Depois, na ata do evento, o comitê sinalizou que previa novos cortes de mesma magnitude nos próximos meses. Embora a sinalização tenha sido de mais baixas de 0,50 ponto percentual, Luan Aral, especialista em câmbio e renda variável da Genial Investimentos, destaca que boa parte do mercado acreditava que ainda era possível um corte mais amplo, de 0,75. Assim, com a prévia da inflação já acima do esperado, essas expectativas se frustraram e levaram mais gente para os juros brasileiros, inclusive os estrangeiros, o que ajuda a explicar a queda da bolsa neste pregão, em detrimento dos ativos da renda fixa. No exterior, as atenções ficam voltadas para o discurso de Powell no Simpósio de Jackson Hole, evento que reúne autoridades políticas e econômicas do mundo todo para falar sobre o futuro da maior economia do mundo. Em sua fala, Powell indicou que o Fed pode precisar aumentar ainda mais os juros para garantir que a inflação seja contida nos EUA. O banqueiro central afirmou que as autoridades de política monetária do BC norte-americano "procederão com cuidado" e indicou que a taxa básica do país ainda não está alta suficiente para garantir a convergência dos preços para a meta de 2%. "A função do Fed é reduzir a inflação para nossa meta de 2%, e é o que faremos", disse Powell. "Embora a inflação tenha diminuído em relação ao seu pico -- um desenvolvimento bem-vindo -- ela continua muito alta. Estamos preparados para aumentar ainda mais os juros, se for o caso, e pretendemos manter a política monetária em um nível restritivo até estarmos confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção ao nosso objetivo", acrescentou. Na China, os mercados fecharam no vermelho por conta da piora da percepção sobre o setor imobiliário do país, que é o mais importante para a atividade da segunda maior economia do mundo.
No dia anterior, a principal índice da bolsa de valores brasileira recuou 0,94%, aos 117.026 pontos. Ibovespa Burak The Weekender/Pexels O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em baixa nesta sexta-feira (25). O mercado digere a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial e repercute falas recentes do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, sobre o futuro dos juros no país. Às 14h, o índice caía 1,02%, aos 115.835 pontos. Veja mais cotações. No dia anterior, o Ibovespa fechou em baixa de 0,94%, aos 117.026 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular: alta de 1,40% na semana; queda de 4,03 no mês; e ganho de 6,64% no ano. O que está mexendo com os mercados? Na agenda doméstica, o destaque fica com divulgação do IPCA-15, que registrou uma alta de 0,28%, bem acima das projeções do mercado, de até 0,15%. O avanço veio puxado pela alta na conta de luz, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a alta maior que o esperado, os juros futuros (que são contratos negociados com base nas expectativas dos investidores para a taxa Selic) abriram o dia em alta. O mercado acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) deve ser um pouco mais firma no ciclo de corte de juros. Em sua última reunião, no começo de agosto, o Copom cortou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, passando de 13,75% para 13,25% ao ano. Depois, na ata do evento, o comitê sinalizou que previa novos cortes de mesma magnitude nos próximos meses. Embora a sinalização tenha sido de mais baixas de 0,50 ponto percentual, Luan Aral, especialista em câmbio e renda variável da Genial Investimentos, destaca que boa parte do mercado acreditava que ainda era possível um corte mais amplo, de 0,75. Assim, com a prévia da inflação já acima do esperado, essas expectativas se frustraram e levaram mais gente para os juros brasileiros, inclusive os estrangeiros, o que ajuda a explicar a queda da bolsa neste pregão, em detrimento dos ativos da renda fixa. No exterior, as atenções ficam voltadas para o discurso de Powell no Simpósio de Jackson Hole, evento que reúne autoridades políticas e econômicas do mundo todo para falar sobre o futuro da maior economia do mundo. Em sua fala, Powell indicou que o Fed pode precisar aumentar ainda mais os juros para garantir que a inflação seja contida nos EUA. O banqueiro central afirmou que as autoridades de política monetária do BC norte-americano "procederão com cuidado" e indicou que a taxa básica do país ainda não está alta suficiente para garantir a convergência dos preços para a meta de 2%. "A função do Fed é reduzir a inflação para nossa meta de 2%, e é o que faremos", disse Powell. "Embora a inflação tenha diminuído em relação ao seu pico -- um desenvolvimento bem-vindo -- ela continua muito alta. Estamos preparados para aumentar ainda mais os juros, se for o caso, e pretendemos manter a política monetária em um nível restritivo até estarmos confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção ao nosso objetivo", acrescentou. Na China, os mercados fecharam no vermelho por conta da piora da percepção sobre o setor imobiliário do país, que é o mais importante para a atividade da segunda maior economia do mundo.