Jeff Bezos, dono do 'Washington Post', defende decisão do jornal de não apoiar Kamala mesmo após perder 200 mil assinaturas
Críticos dizem que Bezos estaria preocupado com uma possível retaliação caso Trump vença a eleição. Jeff Bezos em imagem de 2022 Paul Ellis/Pool Photo via AP O bilionário Jeff Bezos, dono do jornal "The Washington Post" desde 2013, defendeu, em artigo publicado nesta terça (29), a decisão do veículo de não apoiar nenhum dos candidatos à Casa Branca nas eleições de 2024. Na imprensa dos EUA, é comum que jornais anunciem abertamente o apoio a um candidato à Presidência antes das eleições — o "Washington Post" é tradicionalmente democrata, tendo ganhado destaque após desencadear o escândalo de Watergate, que levou o republicano Richard Nixon à renúncia. Segundo a agência Associated Press, o jornal perdeu 200 mil assinaturas após declinar o apoio a Kamala Harris. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Para justificar a decisão, Bezos afirmou que a imprensa sofre de uma "crise de credibilidade". "Os apoios a candidatos presidenciais não contribuem em nada para inclinar a balança de uma eleição. Nenhum eleitor indeciso na Pensilvânia dirá: 'Vou com o endosso do Jornal A'. Nenhum. O que os endossos presidenciais realmente fazem é criar uma percepção de preconceito. Uma percepção de não independência", afirma o artigo assinado pelo bilionário, dono de empresas como a Amazon. A perda reportada de assinaturas é considerada, de acordo com a AP, como um golpe para um veículo de notícias que já enfrenta dificuldades financeiras. O "Post" tinha mais de 2,5 milhões de assinantes no ano passado, a maior parte deles digitais, o que lhe dava o posto de terceiro maior dos EUA, atrás do "New York Times" e do "Wall Street Journal". Porta-voz do Post, Olivia Peterson, foi procurada pela agência, mas não comentou o relatório. 'NYT' e 'New Yorker' publicam editoriais em apoio a Kamala Harris Leia também: Confira como Kamala e Trump estão nas pesquisas Joe Biden vota nas eleições presidenciais dos EUA de forma antecipada em Delaware Promotor público da Filadélfia processa Elon Musk por doação de US$ 1 milhão para eleitores Apoio retirado A equipe editorial do Post havia preparado um endosso à candidatura da democrata Kamala Harris antes de anunciar, na sexta-feira (25), que deixaria para que os leitores formassem suas próprias opiniões. A decisão, a menos de duas semanas do Dia da Eleição, marcada para 5 de novembro, levou críticos a questionar se o proprietário do Post e fundador da Amazon, Jeff Bezos, estava preocupado com uma possível retaliação do republicano Donald Trump caso ele fosse eleito presidente. O ex-editor do "Post", Marty Baron, criticou a decisão nas redes sociais como "covardia, com a democracia como vítima". Alguns jornalistas, incluindo o colunista do Post Dana Milbank, pediram aos leitores que não expressassem sua raiva pela decisão cancelando assinaturas, temendo que isso pudesse custar o emprego de repórteres ou editores. A decisão do "Post" se deu dias depois de o "Los Angeles Times" também anunciar que não apoiaria um candidato na disputa. Depois, o jornal reconheceu que a decisão custou milhares de assinaturas perdidas. Um artigo no site do "Post" sobre as consequências de não endossar a candidatura à Presidência teve mais de 2 mil comentários, muitos deles de leitores dizendo que estavam cancelando a assinatura. “Estou cancelando minha assinatura após 70 anos”, escreveu um deles, afirmando ter perdido a esperança e a crença de que o Post publicaria a verdade. Washington Post perde mais de 200 mil assinantes após não endossar candidatura de Kamala Harris Pablo Martinez Monsivais/AP
Críticos dizem que Bezos estaria preocupado com uma possível retaliação caso Trump vença a eleição. Jeff Bezos em imagem de 2022 Paul Ellis/Pool Photo via AP O bilionário Jeff Bezos, dono do jornal "The Washington Post" desde 2013, defendeu, em artigo publicado nesta terça (29), a decisão do veículo de não apoiar nenhum dos candidatos à Casa Branca nas eleições de 2024. Na imprensa dos EUA, é comum que jornais anunciem abertamente o apoio a um candidato à Presidência antes das eleições — o "Washington Post" é tradicionalmente democrata, tendo ganhado destaque após desencadear o escândalo de Watergate, que levou o republicano Richard Nixon à renúncia. Segundo a agência Associated Press, o jornal perdeu 200 mil assinaturas após declinar o apoio a Kamala Harris. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Para justificar a decisão, Bezos afirmou que a imprensa sofre de uma "crise de credibilidade". "Os apoios a candidatos presidenciais não contribuem em nada para inclinar a balança de uma eleição. Nenhum eleitor indeciso na Pensilvânia dirá: 'Vou com o endosso do Jornal A'. Nenhum. O que os endossos presidenciais realmente fazem é criar uma percepção de preconceito. Uma percepção de não independência", afirma o artigo assinado pelo bilionário, dono de empresas como a Amazon. A perda reportada de assinaturas é considerada, de acordo com a AP, como um golpe para um veículo de notícias que já enfrenta dificuldades financeiras. O "Post" tinha mais de 2,5 milhões de assinantes no ano passado, a maior parte deles digitais, o que lhe dava o posto de terceiro maior dos EUA, atrás do "New York Times" e do "Wall Street Journal". Porta-voz do Post, Olivia Peterson, foi procurada pela agência, mas não comentou o relatório. 'NYT' e 'New Yorker' publicam editoriais em apoio a Kamala Harris Leia também: Confira como Kamala e Trump estão nas pesquisas Joe Biden vota nas eleições presidenciais dos EUA de forma antecipada em Delaware Promotor público da Filadélfia processa Elon Musk por doação de US$ 1 milhão para eleitores Apoio retirado A equipe editorial do Post havia preparado um endosso à candidatura da democrata Kamala Harris antes de anunciar, na sexta-feira (25), que deixaria para que os leitores formassem suas próprias opiniões. A decisão, a menos de duas semanas do Dia da Eleição, marcada para 5 de novembro, levou críticos a questionar se o proprietário do Post e fundador da Amazon, Jeff Bezos, estava preocupado com uma possível retaliação do republicano Donald Trump caso ele fosse eleito presidente. O ex-editor do "Post", Marty Baron, criticou a decisão nas redes sociais como "covardia, com a democracia como vítima". Alguns jornalistas, incluindo o colunista do Post Dana Milbank, pediram aos leitores que não expressassem sua raiva pela decisão cancelando assinaturas, temendo que isso pudesse custar o emprego de repórteres ou editores. A decisão do "Post" se deu dias depois de o "Los Angeles Times" também anunciar que não apoiaria um candidato na disputa. Depois, o jornal reconheceu que a decisão custou milhares de assinaturas perdidas. Um artigo no site do "Post" sobre as consequências de não endossar a candidatura à Presidência teve mais de 2 mil comentários, muitos deles de leitores dizendo que estavam cancelando a assinatura. “Estou cancelando minha assinatura após 70 anos”, escreveu um deles, afirmando ter perdido a esperança e a crença de que o Post publicaria a verdade. Washington Post perde mais de 200 mil assinantes após não endossar candidatura de Kamala Harris Pablo Martinez Monsivais/AP