João Gordo desvirtua o conceito do álbum ‘Brutal brega’ ao ir atrás de frevo de Caetano Veloso com espírito punk
João Gordo lança single com abordagem punk da marcha-frevo ‘Atrás do trio elétrico’, de Caetano Veloso Divulgação ♪ OPINIÃO – Álbum solo de João Gordo, vocalista da banda de punk metal Ratos de Porão, Brutal brega (2022) resultou em boa ideia. Neste disco criado na pandemia e viabilizado com produção musical de Val Santos, o cantor paulista expiou a dor de amor – sofrência, no jargão atual do universo pop – com sentimento punk. Foi interessante ouvir o desalento de músicas como Eu vou rifar meu coração (Lindomar Castilho e Letinho, 1973) e Fuscão preto (Atílio Mutti e José Silva, 1981) ser filtrado pelo peso do punk na alta velocidade do rock. Só que João Gordo – atualmente com 60 anos, festejados em 13 de março – decidiu criar uma sequência do álbum Brutal brega, intitulada MPB mode. E aí começou a deixar de fazer sentido a brincadeira levada a sério pelo artista. Em 17 de maio, a edição do single com a versão punk do baião Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970) – sucesso do primeiro álbum de Tim Maia (1942 – 1998) – já sinalizara escolha equivocada de música. O equívoco na seleção do repertório é reiterado nesta quarta-feira, 24 de julho, com a edição do single que apresenta a gravação, em ritmo de punk, de Atrás do trio elétrico (1969), marcha-frevo com a qual Caetano Veloso abriu alas no Carnaval da Bahia há 55 anos. O espírito folião do frevo – já acelerado pela própria natureza – fica fora de sintonia com o universo punk. O conceito do álbum Brutal brega já se desvirtua nessa sequência MPB mode que inclui ainda inéditas versões punks de músicas de Belchior (1946 – 2017) e Luiz Gonzaga (1912 –1989), entre outros compositores. Salva-se, no single Atrás do trio elétrico, a arte da capa criada por Wagner Loud. Capa do single ‘Atrás do trio elétrico’, de João Gordo Arte de Wagner Loud
João Gordo lança single com abordagem punk da marcha-frevo ‘Atrás do trio elétrico’, de Caetano Veloso Divulgação ♪ OPINIÃO – Álbum solo de João Gordo, vocalista da banda de punk metal Ratos de Porão, Brutal brega (2022) resultou em boa ideia. Neste disco criado na pandemia e viabilizado com produção musical de Val Santos, o cantor paulista expiou a dor de amor – sofrência, no jargão atual do universo pop – com sentimento punk. Foi interessante ouvir o desalento de músicas como Eu vou rifar meu coração (Lindomar Castilho e Letinho, 1973) e Fuscão preto (Atílio Mutti e José Silva, 1981) ser filtrado pelo peso do punk na alta velocidade do rock. Só que João Gordo – atualmente com 60 anos, festejados em 13 de março – decidiu criar uma sequência do álbum Brutal brega, intitulada MPB mode. E aí começou a deixar de fazer sentido a brincadeira levada a sério pelo artista. Em 17 de maio, a edição do single com a versão punk do baião Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970) – sucesso do primeiro álbum de Tim Maia (1942 – 1998) – já sinalizara escolha equivocada de música. O equívoco na seleção do repertório é reiterado nesta quarta-feira, 24 de julho, com a edição do single que apresenta a gravação, em ritmo de punk, de Atrás do trio elétrico (1969), marcha-frevo com a qual Caetano Veloso abriu alas no Carnaval da Bahia há 55 anos. O espírito folião do frevo – já acelerado pela própria natureza – fica fora de sintonia com o universo punk. O conceito do álbum Brutal brega já se desvirtua nessa sequência MPB mode que inclui ainda inéditas versões punks de músicas de Belchior (1946 – 2017) e Luiz Gonzaga (1912 –1989), entre outros compositores. Salva-se, no single Atrás do trio elétrico, a arte da capa criada por Wagner Loud. Capa do single ‘Atrás do trio elétrico’, de João Gordo Arte de Wagner Loud