Pesquisa confirma início da resistência do psilídeo a organofosforado
Ocorrência ainda não atingiu os mesmos parâmetros de ineficácia no combate ao psilídeo encontrados em produtos dos grupos piretroide e neonicotinoide Crédito: Divulgação Pesquisa do Fundecitrus coordenada pelo professor titular do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq/USP Celso Omoto, confirmou a fase inicial de resistência do psilídeo ao ingrediente ativo malationa, do grupo químico dos organofosforados, em algumas microrregiões do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. É o terceiro grupo químico que apresenta esse tipo de ocorrência comprovada. A resistência do inseto vetor do greening já foi constatada para os ingredientes bifentrina e imidacloprido, respectivamente dos grupos piretroide e neonicotinoide. De acordo com a lista ProteCitrus, apenas a malationa consta como ingrediente ativo pertencente ao grupo dos organofosforados disponível para o uso no campo. Porém, há outros ingredientes ativos registrados para uso em citros e que não constam na lista, como acefato, clorpirifós, dimetoato, fosmete, metidationa e pirimifós-metílico. Os dados fazem parte de estudos conduzidos pelo engenheiro-agrônomo e pós-doutorando da Esalq/USP no Fundecitrus, Fernando Amaral. Para a constatação da resistência a essa molécula, Amaral avaliou em laboratório populações de psilídeos de quatro regiões do parque citrícola utilizando as gerações subsequentes dos insetos coletados no campo. De acordo com ele, embora a resistência esteja comprovada nessas microrregiões, a ocorrência ainda não atingiu os mesmos parâmetros de ineficácia no combate ao psilídeo encontrados em produtos dos grupos piretroide e neonicotinoide. “Podemos dizer que é uma fase inicial do processo de evolução da resistência. Isso mostra, mais uma vez, que ocorreu uma alta frequência do uso desse ingrediente ativo sem a correta rotação com outros modos de ação ou uma dosagem abaixo do indicado na bula”, explica Amaral. Por conta disso, o citricultor deve ficar atento à incidência de ninfas e psilídeos adultos nos pomares. “Se observadas falhas de controle, o organofosforado deve sair temporariamente da lista de opções do citricultor para o manejo do inseto. Isso deve ocorrer até que haja, no futuro, o restabelecimento da suscetibilidade”, orienta. O que utilizar nas pulverizações? Neste momento, o citricultor deve deixar de utilizar grupos químicos com resistência comprovada (piretroides, neonicotinoides e, agora, organofosforado) e fazer uso de outras moléculas que apresentam boa eficácia no combate ao psilídeo. Em outros estudos conduzidos pelo Fundecitrus, inseticidas dos grupos diamida, carbamato, sulfoxamina e espinosina vêm apresentando eficácia ≥ 90% no combate ao inseto. Diamida e carbamato, em especial, mostraram uma maior eficácia na eliminação do psilídeo em todas as áreas avaliadas. “Não basta somente utilizar esses grupos químicos, mas é necessário promover a rotação dessas moléculas para evitar que, no futuro, uma nova integre a lista de produtos com resistência”, diz o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Miranda. “Frequência e qualidade de aplicação, manejo regionalizado e auditoria também são fatores indispensáveis para se ter atenção neste momento”, alerta. A utilização de óleo mineral (0,5 a 1%) misturado a inseticidas também ajuda no manejo do psilídeo. Consulte um agrônomo de confiança.
Ocorrência ainda não atingiu os mesmos parâmetros de ineficácia no combate ao psilídeo encontrados em produtos dos grupos piretroide e neonicotinoide Crédito: Divulgação Pesquisa do Fundecitrus coordenada pelo professor titular do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq/USP Celso Omoto, confirmou a fase inicial de resistência do psilídeo ao ingrediente ativo malationa, do grupo químico dos organofosforados, em algumas microrregiões do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. É o terceiro grupo químico que apresenta esse tipo de ocorrência comprovada. A resistência do inseto vetor do greening já foi constatada para os ingredientes bifentrina e imidacloprido, respectivamente dos grupos piretroide e neonicotinoide. De acordo com a lista ProteCitrus, apenas a malationa consta como ingrediente ativo pertencente ao grupo dos organofosforados disponível para o uso no campo. Porém, há outros ingredientes ativos registrados para uso em citros e que não constam na lista, como acefato, clorpirifós, dimetoato, fosmete, metidationa e pirimifós-metílico. Os dados fazem parte de estudos conduzidos pelo engenheiro-agrônomo e pós-doutorando da Esalq/USP no Fundecitrus, Fernando Amaral. Para a constatação da resistência a essa molécula, Amaral avaliou em laboratório populações de psilídeos de quatro regiões do parque citrícola utilizando as gerações subsequentes dos insetos coletados no campo. De acordo com ele, embora a resistência esteja comprovada nessas microrregiões, a ocorrência ainda não atingiu os mesmos parâmetros de ineficácia no combate ao psilídeo encontrados em produtos dos grupos piretroide e neonicotinoide. “Podemos dizer que é uma fase inicial do processo de evolução da resistência. Isso mostra, mais uma vez, que ocorreu uma alta frequência do uso desse ingrediente ativo sem a correta rotação com outros modos de ação ou uma dosagem abaixo do indicado na bula”, explica Amaral. Por conta disso, o citricultor deve ficar atento à incidência de ninfas e psilídeos adultos nos pomares. “Se observadas falhas de controle, o organofosforado deve sair temporariamente da lista de opções do citricultor para o manejo do inseto. Isso deve ocorrer até que haja, no futuro, o restabelecimento da suscetibilidade”, orienta. O que utilizar nas pulverizações? Neste momento, o citricultor deve deixar de utilizar grupos químicos com resistência comprovada (piretroides, neonicotinoides e, agora, organofosforado) e fazer uso de outras moléculas que apresentam boa eficácia no combate ao psilídeo. Em outros estudos conduzidos pelo Fundecitrus, inseticidas dos grupos diamida, carbamato, sulfoxamina e espinosina vêm apresentando eficácia ≥ 90% no combate ao inseto. Diamida e carbamato, em especial, mostraram uma maior eficácia na eliminação do psilídeo em todas as áreas avaliadas. “Não basta somente utilizar esses grupos químicos, mas é necessário promover a rotação dessas moléculas para evitar que, no futuro, uma nova integre a lista de produtos com resistência”, diz o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Miranda. “Frequência e qualidade de aplicação, manejo regionalizado e auditoria também são fatores indispensáveis para se ter atenção neste momento”, alerta. A utilização de óleo mineral (0,5 a 1%) misturado a inseticidas também ajuda no manejo do psilídeo. Consulte um agrônomo de confiança.