'Disse que eu era preto, que não conseguiria chegar a nenhum', diz vítima de racismo em lanchonete
Polícia investiga Amanda Queiroz Ornela, que aparece em vídeo dizendo que 'odeia preto' e que nada aconteceria porque 'racismo não dá cadeia' e ela é 'casada com milícia'. RJ1 conversou com Mattheus da Silva Francisco, que sofreu o preconceito de outra cliente no McDonald's. Polícia investiga racismo após confusão em lanchonete O RJ1 conversou com o jovem Mattheus da Silva Francisco, de 22 anos, vítima de racismo em uma lanchonete McDonald's de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A Polícia Civil do RJ investiga a mulher, que se identificou como Amanda Queiroz Ornela e assume o preconceito na discussão: "Odeio preto!". "A gente parou ao lado dela pra fazer pedido de lanche porque não tinha fila. A atendente nos atendeu antes dela. Aí, ela se revoltou contra a gente e começou a insultar a gente. Disse que eu era preto, que eu não conseguia chegar a nenhum lugar devido à minha cor e o lugar onde eu moro", contou Mattheus. Em meio à confusão na lanchonete, Matheus se isolou num canto, observando e chorou, como mostra uma das imagens. "Muito mal de não poder fazer alguma coisa no momento e não ter a quem recorrer. Nunca pensei em passar por uma situação dessas. Mais um desgosto de saber que existem pessoas que acham que a gente não tem capacidade de chegar em lugares grandes devido à nossa cor", disse ao RJ1. Entenda o caso A confusão começou depois que Amanda disse que a fila do caixa foi furada e começou a insultar Matteus. Ele e outros clientes passaram a gravar o bate-boca — o momento exato da suposta primeira ofensa não foi registrado. Mattheus: Agora fala que eu sou preto! Amanda: Preto! Ué, tu é branco? Mattheus: Você me chamou de preto, vai, fala. Outra cliente: Fala da forma que você falou aqui na frente de todo mundo! Amanda: Amanda Ornela, médica, caça aí o CRM. Outra cliente: E racista! Amanda: Racista! Odeio preto. Odeio preto. Sou obrigada? Outro cliente: Você acha que pode ter esse ato de racismo aí só porque você tem dinheiro? Amanda: Racismo não dá cadeia! Outra cliente: Vai perder a noite na delegacia, vai gravar na delegacia, vai ficar gravadinho lá... Sabe por quê? Racistas não passarão! 'Casada com milícia' Em outro momento da discussão, Amanda disse “ser casada com milícia”. Clientes impediram que ela fosse embora até a chegada da Polícia Militar. Mattheus prestou queixa na 35ª DP (Campo Grande). Amanda foi conduzida para a delegacia e, num primeiro momento, negou as acusações, mas depois manifestou o desejo de ficar em silêncio. ???? O g1 Rio agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e para receber as notícias do Grande Rio direto no seu celular! Mulher que se identificou como Amanda Queiroz Ornela vai responder por racismo Reprodução/TV Globo Mulher não tem registro Mesmo na delegacia, a mulher insistia em dizer que era médica. “Vão me segurar, tô devendo a ele, beleza, tô errada, show... vamos para a sentença, mas pô, me segurar aqui tá errado”, argumentou. Um policial perguntou se ela realmente era médica. “Médica psiquiatra, porque para ser psiquiatra tem que ser médica, filho, 8 anos”, respondeu. Mas o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) disse que não identificou nenhum registro no sistema no nome dela. O que disse a polícia A Polícia Civil explicou que as imagens apresentadas foram incluídas ao procedimento. “No entanto, não capturaram a conduta criminosa e sim momento posterior”, destacou. “Funcionários do estabelecimento serão ouvidos e imagens de câmeras de segurança do local foram requisitadas”, emendou. Globo.com: leia as principais notícias do dia Assista à reportagem completa: Polícia investiga racismo após confusão em lanchonete O g1 procurou a defesa de Amanda Ornela, mas não teve resposta. Sobre o fato de amanda não ter sido presa, a Polícia Civil informou que o delegado responsável pelo caso disse que existem mais vídeos do que ele recebeu, e nos vídeos vistos pela polícia, não havia conduta criminosa. Ainda de acordo com a nota, a legislação mudou, mas isso não extingue o crime de injuria por preconceito que, segundo o delegado, também se enquadra na descrição. Nada impede, no entanto, que a tipificação mude para crime de racismo ao longo da investigação. Em nota, a Polícia Militar informou que uma equipe do batalhão de Campo Grande foi até o local e conduziu os envolvidos à delegacia para registro do fato. De acordo com a corporação, os policiais que foram até o estabelecimento não presenciaram o momento em que a acusada fez as declarações racistas.
Polícia investiga Amanda Queiroz Ornela, que aparece em vídeo dizendo que 'odeia preto' e que nada aconteceria porque 'racismo não dá cadeia' e ela é 'casada com milícia'. RJ1 conversou com Mattheus da Silva Francisco, que sofreu o preconceito de outra cliente no McDonald's. Polícia investiga racismo após confusão em lanchonete O RJ1 conversou com o jovem Mattheus da Silva Francisco, de 22 anos, vítima de racismo em uma lanchonete McDonald's de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A Polícia Civil do RJ investiga a mulher, que se identificou como Amanda Queiroz Ornela e assume o preconceito na discussão: "Odeio preto!". "A gente parou ao lado dela pra fazer pedido de lanche porque não tinha fila. A atendente nos atendeu antes dela. Aí, ela se revoltou contra a gente e começou a insultar a gente. Disse que eu era preto, que eu não conseguia chegar a nenhum lugar devido à minha cor e o lugar onde eu moro", contou Mattheus. Em meio à confusão na lanchonete, Matheus se isolou num canto, observando e chorou, como mostra uma das imagens. "Muito mal de não poder fazer alguma coisa no momento e não ter a quem recorrer. Nunca pensei em passar por uma situação dessas. Mais um desgosto de saber que existem pessoas que acham que a gente não tem capacidade de chegar em lugares grandes devido à nossa cor", disse ao RJ1. Entenda o caso A confusão começou depois que Amanda disse que a fila do caixa foi furada e começou a insultar Matteus. Ele e outros clientes passaram a gravar o bate-boca — o momento exato da suposta primeira ofensa não foi registrado. Mattheus: Agora fala que eu sou preto! Amanda: Preto! Ué, tu é branco? Mattheus: Você me chamou de preto, vai, fala. Outra cliente: Fala da forma que você falou aqui na frente de todo mundo! Amanda: Amanda Ornela, médica, caça aí o CRM. Outra cliente: E racista! Amanda: Racista! Odeio preto. Odeio preto. Sou obrigada? Outro cliente: Você acha que pode ter esse ato de racismo aí só porque você tem dinheiro? Amanda: Racismo não dá cadeia! Outra cliente: Vai perder a noite na delegacia, vai gravar na delegacia, vai ficar gravadinho lá... Sabe por quê? Racistas não passarão! 'Casada com milícia' Em outro momento da discussão, Amanda disse “ser casada com milícia”. Clientes impediram que ela fosse embora até a chegada da Polícia Militar. Mattheus prestou queixa na 35ª DP (Campo Grande). Amanda foi conduzida para a delegacia e, num primeiro momento, negou as acusações, mas depois manifestou o desejo de ficar em silêncio. ???? O g1 Rio agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e para receber as notícias do Grande Rio direto no seu celular! Mulher que se identificou como Amanda Queiroz Ornela vai responder por racismo Reprodução/TV Globo Mulher não tem registro Mesmo na delegacia, a mulher insistia em dizer que era médica. “Vão me segurar, tô devendo a ele, beleza, tô errada, show... vamos para a sentença, mas pô, me segurar aqui tá errado”, argumentou. Um policial perguntou se ela realmente era médica. “Médica psiquiatra, porque para ser psiquiatra tem que ser médica, filho, 8 anos”, respondeu. Mas o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) disse que não identificou nenhum registro no sistema no nome dela. O que disse a polícia A Polícia Civil explicou que as imagens apresentadas foram incluídas ao procedimento. “No entanto, não capturaram a conduta criminosa e sim momento posterior”, destacou. “Funcionários do estabelecimento serão ouvidos e imagens de câmeras de segurança do local foram requisitadas”, emendou. Globo.com: leia as principais notícias do dia Assista à reportagem completa: Polícia investiga racismo após confusão em lanchonete O g1 procurou a defesa de Amanda Ornela, mas não teve resposta. Sobre o fato de amanda não ter sido presa, a Polícia Civil informou que o delegado responsável pelo caso disse que existem mais vídeos do que ele recebeu, e nos vídeos vistos pela polícia, não havia conduta criminosa. Ainda de acordo com a nota, a legislação mudou, mas isso não extingue o crime de injuria por preconceito que, segundo o delegado, também se enquadra na descrição. Nada impede, no entanto, que a tipificação mude para crime de racismo ao longo da investigação. Em nota, a Polícia Militar informou que uma equipe do batalhão de Campo Grande foi até o local e conduziu os envolvidos à delegacia para registro do fato. De acordo com a corporação, os policiais que foram até o estabelecimento não presenciaram o momento em que a acusada fez as declarações racistas.