PM que executou homem negro pelas costas em frente a mercado em SP é preso
Imagens de câmeras de segurança registraram quando Vinicius de Lima Britto atirou em um jovem acusado de furtar um mercado na Zona Sul da capital em 3 de novembro. Jovem é executado no estacionamento de mercado após furtar pacotes de sabão Reprodução O policial militar Vinicius de Lima Britto, que executou pelas costas um jovem negro em frente a um mercado Oxxo na Zona Sul de São Paulo, foi preso na quinta-feira (5). Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que ele fez os disparos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o PM foi levado ao ele ao Presídio da Polícia Militar Romão Gomes após passar pela audiência de custódia. A reportagem tenta contato com a defesa de Vinicius. O policial, que estava de folga no dia do crime, já tinha sido afastado de suas funções. O afastamento aconteceu só um mês depois, após a gravação vir à tona. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp No pedido de prisão feito à Justiça, a Promotoria argumenta que "está provada a existência do crime e existem indícios suficientes de autoria" e ressalta que a liberdade do acusado "põe em risco a ordem pública e prejudicará a instrução processual", que é a fase em que são colhidos depoimentos e coletadas provas, pois poderá deixar as testemunhas com medo de falar. Afirma ainda que o PM "praticou homicídio qualificado" e "efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa. Indicando, portanto, dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito por ele intentado". A Promotoria considerou o motivo do crime fútil por ter reagido de forma desproporcional ao furto de produtos de limpeza, além de o PM ter usado um meio que impossibilitou a defesa da vítima e ter colocado outras pessoas em risco, uma vez que fez os disparos na rua. O Ministério Público ainda ofereceu denúncia contra o policial. Se for aceita pela Justiça, ele se tornará réu e responderá a processo. A execução do jovem no mercador não é o único episódio letal na carreira do MP. Ele também é investigado pela morte de dois homens em São Vicente, no litoral de São Paulo. Pelas imagens, obtidas pelo g1, Gabriel Renan da Silva Soares, que vestia um moletom vermelho com capuz, entrou no mercado no bairro Jardim Prudência, às 22h44. Em seguida, ele andou até a seção de limpeza, onde pegou quatro pacotes de sabão de rouba. Na fuga, ele escorregou num pedaço de papelão na porta do estabelecimento e caiu no chão do estacionamento. O policial estava no caixa pagando pelas compras, quando percebeu a ação. Vinicius sacou a arma e atirou várias vezes pelas costas de Gabriel, que tentava fugir. O jovem morreu no chão do estacionamento. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações pelo corpo dele. Jovem negro de 26 anos é executado por policial militar de folga em mercado de SP No depoimento na delegacia, o PM disse que Gabriel estava armado e com a mão no bolso do moletom, razão pela qual ele atirou. Vinicius alegou que agiu em legítima defesa. Contudo, não é o que as imagens mostram. Reprovado em teste psicológico Britto foi reprovado no exame psicológico do concurso da Polícia Militar em 2021, quando tentou ingressar na corporação pela primeira vez. PM que matou homem em mercado foi reprovado em exame psicológico Segundo o resultado da avaliação, Vinicius apresentou "inadequação" aos critérios exigidos no perfil psicológico para o cargo de soldado nos seguintes requisitos: relacionamento interpessoal adequado; capacidade de liderança; controle emocional. A informação foi divulgada inicialmente pelo site "O Joio e O Trigo" e confirmada por fontes do g1 e da GloboNews. O concurso público para o cargo de Soldado PM de 2ª Classe na PM é formado por seis etapas: exames de conhecimento, de aptidão física, de saúde, psicológicos, avaliação da conduta social, da reputação e da idoneidade e análise de documentos. A avaliação psicológica é um critério eliminatório e realizada por uma banca examinadora. Após ser reprovado, Vinicius entrou com uma liminar contra a Fazenda Pública de São Paulo para contestar o resultado. Na petição, o advogado Luiz Lello apontou ilegalidade na avaliação psicológica, justificando que o processo estava "calcado em parâmetros de avaliação de natureza puramente subjetiva". Também alegou que os motivos da desqualificação não foram informados ao candidato. A defesa ainda solicitou reintegração ao concurso, produção de nova avaliação psicológica com um perito e indenização por danos morais no valor de 100 salários mínimos. Na sentença de agosto de 2022, a juíza Lais Helena Bresser Lang, da 2ª Vara de Fazenda Pública, julgou improcedente o pedido por ele ter sido considerado inapto para o trabalho no momento da avaliação. A magistrada ainda ressalta que, no teste, Vinicius apresentou descontrole emocional, impulsividade, "tendendo agir fortemente por meio de condutas instáveis e imprevisíveis" e "podendo agir sem tanta reflexão diante de inesper
Imagens de câmeras de segurança registraram quando Vinicius de Lima Britto atirou em um jovem acusado de furtar um mercado na Zona Sul da capital em 3 de novembro. Jovem é executado no estacionamento de mercado após furtar pacotes de sabão Reprodução O policial militar Vinicius de Lima Britto, que executou pelas costas um jovem negro em frente a um mercado Oxxo na Zona Sul de São Paulo, foi preso na quinta-feira (5). Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que ele fez os disparos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o PM foi levado ao ele ao Presídio da Polícia Militar Romão Gomes após passar pela audiência de custódia. A reportagem tenta contato com a defesa de Vinicius. O policial, que estava de folga no dia do crime, já tinha sido afastado de suas funções. O afastamento aconteceu só um mês depois, após a gravação vir à tona. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp No pedido de prisão feito à Justiça, a Promotoria argumenta que "está provada a existência do crime e existem indícios suficientes de autoria" e ressalta que a liberdade do acusado "põe em risco a ordem pública e prejudicará a instrução processual", que é a fase em que são colhidos depoimentos e coletadas provas, pois poderá deixar as testemunhas com medo de falar. Afirma ainda que o PM "praticou homicídio qualificado" e "efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa. Indicando, portanto, dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito por ele intentado". A Promotoria considerou o motivo do crime fútil por ter reagido de forma desproporcional ao furto de produtos de limpeza, além de o PM ter usado um meio que impossibilitou a defesa da vítima e ter colocado outras pessoas em risco, uma vez que fez os disparos na rua. O Ministério Público ainda ofereceu denúncia contra o policial. Se for aceita pela Justiça, ele se tornará réu e responderá a processo. A execução do jovem no mercador não é o único episódio letal na carreira do MP. Ele também é investigado pela morte de dois homens em São Vicente, no litoral de São Paulo. Pelas imagens, obtidas pelo g1, Gabriel Renan da Silva Soares, que vestia um moletom vermelho com capuz, entrou no mercado no bairro Jardim Prudência, às 22h44. Em seguida, ele andou até a seção de limpeza, onde pegou quatro pacotes de sabão de rouba. Na fuga, ele escorregou num pedaço de papelão na porta do estabelecimento e caiu no chão do estacionamento. O policial estava no caixa pagando pelas compras, quando percebeu a ação. Vinicius sacou a arma e atirou várias vezes pelas costas de Gabriel, que tentava fugir. O jovem morreu no chão do estacionamento. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações pelo corpo dele. Jovem negro de 26 anos é executado por policial militar de folga em mercado de SP No depoimento na delegacia, o PM disse que Gabriel estava armado e com a mão no bolso do moletom, razão pela qual ele atirou. Vinicius alegou que agiu em legítima defesa. Contudo, não é o que as imagens mostram. Reprovado em teste psicológico Britto foi reprovado no exame psicológico do concurso da Polícia Militar em 2021, quando tentou ingressar na corporação pela primeira vez. PM que matou homem em mercado foi reprovado em exame psicológico Segundo o resultado da avaliação, Vinicius apresentou "inadequação" aos critérios exigidos no perfil psicológico para o cargo de soldado nos seguintes requisitos: relacionamento interpessoal adequado; capacidade de liderança; controle emocional. A informação foi divulgada inicialmente pelo site "O Joio e O Trigo" e confirmada por fontes do g1 e da GloboNews. O concurso público para o cargo de Soldado PM de 2ª Classe na PM é formado por seis etapas: exames de conhecimento, de aptidão física, de saúde, psicológicos, avaliação da conduta social, da reputação e da idoneidade e análise de documentos. A avaliação psicológica é um critério eliminatório e realizada por uma banca examinadora. Após ser reprovado, Vinicius entrou com uma liminar contra a Fazenda Pública de São Paulo para contestar o resultado. Na petição, o advogado Luiz Lello apontou ilegalidade na avaliação psicológica, justificando que o processo estava "calcado em parâmetros de avaliação de natureza puramente subjetiva". Também alegou que os motivos da desqualificação não foram informados ao candidato. A defesa ainda solicitou reintegração ao concurso, produção de nova avaliação psicológica com um perito e indenização por danos morais no valor de 100 salários mínimos. Na sentença de agosto de 2022, a juíza Lais Helena Bresser Lang, da 2ª Vara de Fazenda Pública, julgou improcedente o pedido por ele ter sido considerado inapto para o trabalho no momento da avaliação. A magistrada ainda ressalta que, no teste, Vinicius apresentou descontrole emocional, impulsividade, "tendendo agir fortemente por meio de condutas instáveis e imprevisíveis" e "podendo agir sem tanta reflexão diante de inesperadas". Cerca de três meses após a extinção do processo, Vinicius foi aprovado em um segundo concurso para soldado da Polícia Militar, em novembro de 2022. Questionada sobre o motivo pelo qual Vinicius conseguiu ser aprovado, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que "não há impedimento legal para uma pessoa prestar um novo concurso para a Polícia mesmo após ter sido reprovado anteriormente". LEIA TAMBÉM: Pai de jovem arremessado de ponte diz que filho não tem passagem pela polícia: 'Queria a explicação do PM, o porquê fez isso' Derrite critica ação de PMs: 'Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro' Mortes pela PM de SP aumentam 46% em 2024, segundo ano da gestão Tarcísio